Você está com uma ideia matutando sua mente, mas não consegue tirar o projeto do papel? Quer montar uma empresa, mas não sabe por onde começar?

Normalmente, muitas ideias acabam invadindo nossa mente, pensamos daqui, pensamos dali, mas no final das contas não conseguimos concretizá-las. Isso é comum. Todavia, para que se coloque um pensamento em ação é preciso seguir uma metodologia.

Claro que muitos pequenos empresários acabam começando o seu negócio sem realizar um bom planejamento, o que é um erro grave. Afinal, conforme apontam algumas pesquisas do Sebrae-SP, a principal causa da mortalidade das empresas é a falta de planejamento.

Por isso, se você está querendo montar uma empresa, precisa planejar. E é justamente sobre isso que vamos falar neste artigo de hoje.

Os primeiros passos para a abertura da empresa

Todo mundo acredita que para se montar uma empresa o começo deve ser a parte burocrática e esse é um tremendo de um equívoco. Afinal, essa parte deve ser feita depois que um bom planejamento foi realizado.

Portanto, o primeiro passo para se abrir uma empresa é montar um plano de negócios. Um bom plano de negócios é dividido em basicamente três partes:

  • Estudo de mercado;
  • Estudo da operação e logística do negócio;
  • Estudo das finanças e do custo que irão compor o negócio.

Sendo assim, é fundamental atentar-se para cada um desses itens, seguindo-os nessa ordem, para que então você realmente decida se vale ou não a pena investir o seu capital em uma determinada empresa.

Plano de negócios – Estudo de Mercado

Como dissemos, o primeiro passo para se montar uma empresa é fazer um bom plano de negócios. E ele deve começar pelo estudo de mercado. Pois, é aqui que uma determinada empresa pode se inviabilizar logo de cara.

Sendo assim, pense profundamente no que você quer montar. Para ficar fácil, vamos citar um exemplo de uma padaria. Imaginemos que você esteja pensando em montar uma padaria em uma cidade com aproximadamente 200 mil habitantes.

Primeiramente, você precisa ter um mapa da cidade, que hoje consegue-se facilmente pelo Google Maps. Posteriormente, é preciso listar todas as padarias que existem na cidade, verificando onde há maior concentração e onde há maior escassez.

Nos locais de maior escassez, é preciso entender o porquê ninguém montou uma padaria lá. Nesse ponto pense na seguinte questão: ninguém montou uma padaria lá porque não pensaram ainda nisso, ou pensaram e viram que era inviável?

Repare que nesses pontos onde há menos padarias, pode ocorrer de serem bairros onde as pessoas se deslocam mais de carro e acabam comprando pão no supermercado, por exemplo.

Enfim, após avaliar todas essas questões, é indicado que se faça uma pesquisa prática, buscando um ponto comercial e avaliando algumas questões como:

  • Quantos carros por hora passam pelo ponto?
  • Quantos pedestres por hora passam pelo ponto?
  • Há quantas residências ao redor desse ponto comercial?

Conseguir responder essas questões é de suma importância. Feito isso, o próximo passo é saber qual a classe social que será atendida, para identificar qual o melhor desenho de negócio que precisa ser feito.

Caso exista concorrências, também é preciso pensar o que fará o seu cliente sair do concorrente para ir até você: Preço? Promoção? Qualidade? Atendimento? Enfim, levantando essas questões você estará pronto para ir para a próxima fase.

Plano de negócios – Entendendo a operação e logística do negócio

Agora que você já sabe se há ou não espaço para você concretizar a sua ideia, chegou o momento de pensar em toda a parte operacional.

Nessa etapa, como você já conhece o seu público-alvo e sabe se irá vender para a classe A, B, C, D ou E, fica mais fácil mensurar quais serão os investimentos necessários. Procure listar minuciosamente tudo o que precisa para montar a empresa.

Veja quais serão os maquinários necessários, balcões, sistema, matéria-prima, enfim, evite ser muito rápido nessa parte. Procure pensar em todos os detalhes, se o prédio irá necessitar de reforma ou não, dentre outros aspectos.

Feito isso, é preciso pensar na logística de suprimento e operação. Pensar em quanto tempo o fornecedor leva para entregar a matéria prima, qual o valor mínimo de compra necessário, dentre outros.

Dependendo do negócio será preciso ter um determinado volume de estoque, em outros nem tanto. Tudo irá depender da demanda que se espera e também do tempo que um fornecedor demora para suprir.

Pensar nesses aspectos é essencial para formular muito bem os custos, o capital de giro necessário, e o valor inicial para se investir.

Plano de negócios – Entendendo os custos e as finanças

Se você já chegou até aqui no plano de negócios é porque realmente a sua ideia é interessante. Agora portanto, é preciso mensurar a viabilidade financeira do seu projeto.

Primeiramente, você precisará levantar o valor necessário do investimento. Lembra que você levantou todas as instalações, reforma, maquinários, matéria-prima, necessários para que o negócio funcionasse?

Então, é o hora de botar tudo na ponta do lápis, e entender que isso é um investimento e não um custo. Feito isso você já saberá quanto precisará de dinheiro para começar. Aí se pergunte: eu tenho esse dinheiro? Vou precisar emprestar do banco? Arrumar um sócio?

Repare que é preciso fazer uma boa análise para evitar começar enforcado. Posteriormente, você precisa pensar em quantos funcionários irá ter que contratar, qual será o valor de aluguel, água, luz, telefone, para determinar seu custo fixo.

Também, será preciso saber quanto irá pagar de imposto, de comissões e qual será o valor da matéria prima em relação ao produto acabado para determinar o seu custo variável. Feito isso, você precisa criar uma breve projeção de vendas para diluir o seu custo fixo nas unidades.

Para exemplificar rapidamente, vamos imaginar que você venderá um produto X. Você acredita que irá vender 10 mil unidades por mês por R$ 10,00. O custo de imposto, comissão e matéria prima juntos representa R$ 6,00, te sobrando R$ 4,00.

Logo, se você vender 10 mil unidades terá uma margem de contribuição de R$ 40 mil. Então, se o custo fixo for superior a isso o negócio é inviável, se for inferior, é viável e te sobrará um lucro no final do mês.

Esse lucro será responsável primeiramente para que você recomponha o valor inicial que saiu do seu bolso como investimento. Depois de algum tempo, normalmente 24 meses, você já estará com o investimento de volta e então ganhando dinheiro.

Analisando toda a parte tributária

Conforme vimos, não é fácil começar uma empresa. Muita gente ignora essa primeira fase que é fundamental para garantir o sucesso do negócio. Saem projetando vendas, sem ao menos fazer uma análise de mercado.

Em outros casos, sequer levantam corretamente os custos, ou a necessidade de capital de giro do negócio. São erros cruciais que se agravam ainda mais na atualidade onde o mercado está cada vez mais exigente.

Bom, se você conseguiu realizar um bom plano de negócios, viu que é viável montar uma empresa, parabéns. Caso tenha sentido alguma dificuldade é importante contar com auxílio de profissionais qualificados para tal.

Passada essa primeira parte, onde se deve analisar a viabilidade do negócio, chegou o momento de avaliar o enquadramento da sua empresa. Ou seja, qual será o regime tributário ao qual ela pertencerá.

No Brasil, existem basicamente quatro regimes tributários: MEI, Simples, Lucro Presumido e Lucro Real.

O MEI é destinado para profissionais que faturam até R$ 81 mil reais ao ano, não possuem participação societária em outras empresas bem como não pode ter mais do que um único funcionário registrado.

Já o Simples Nacional não possui tantas restrições, sendo que o faturamento pode chegar até R$ 4.800.000,00 ao ano. O Regime engloba diversos impostos em um único imposto, e tem uma tabela progressiva de acordo com o faturamento.

Para os prestadores de serviço, existem dois anexos, o Anexo III e o Anexo V onde é determinado às alíquotas vigentes para as mais variadas categorias de prestação de serviços.

Já no Lucro Presumido, o empresário irá ter encargos maiores com imposto, pois deverá pagar cerca de 7 impostos diferentes: INSS Patronal, CSLL, PIS, Cofins, IRPJ, ICMS sendo que no caso da indústria há o IPI e na prestação de serviços o ISS.

O Lucro Real segue a mesma dinâmica do Lucro Presumido, mudando apenas o fato de que no Lucro Presumido o IRPJ e o CSLL serão incididos sobre a presunção de um lucro determinado pelo governo e no Lucro Real, eles serão calculados sobre o Lucro Líquido demonstrado pela empresa.

Natureza jurídica

A natureza jurídica de uma empresa também precisa ser definida no momento de sua constituição assim como o regime tributário.

Dessa forma, é preciso saber se a empresa terá sócios, se será uma empresa individual, até onde vai a responsabilidade dos sócios, entre outros aspectos. Dentre as principais formas de natureza jurídica para constituição de uma empresa estão:

  • Empresário Individual (EI);
  • Empresário Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI);
  • Sociedade Limitada;
  • Sociedade Anônima;
  • Cooperativa.

Para quem está montando individualmente uma empresa a natureza jurídica será ou EI ou EIRELI. A diferença de uma para outra está na responsabilidade do empresário em relação às dívidas e custos da empresa.

Enquanto que na empresa EI o proprietário precisa arcar com custos e dívidas provenientes da empresa, na EIRELI, isso é restrito somente ao capital da empresa. Todavia, para se optar por uma EIRELI é preciso que o capital seja superior à 100 salários mínimos.

As sociedades também seguem a mesma lógica. Sendo que na sociedade limitada, apesar da responsabilidade dos sócios serem limitadas, eles respondem solidariamente pelas dívidas e custos da empresa e o capital é dividido em cotas.

No caso das sociedades anônimas, os sócios respondem apenas com o capital que aplicaram na empresa, e o capital é dividido em ações que são normalmente negociadas na bolsa de valores.

Por fim, a cooperativa é como uma sociedade empresarial, sendo necessário no mínimo 20 pessoas, todas de natureza civil, não possuindo CNPJ.

Porte da Empresa

Muita gente confunde Natureza Jurídica com Porte da empresa, e são duas situações diferentes. Como vimos, a Natureza Jurídica está relacionada em como a empresa será constituída enquanto que o porte está relacionado ao quanto uma empresa irá faturar ou a quantidade de empregados registrados que irá ter.

Nesse sentido, um comércio que possua um faturamento até R$ 240 mil ou 9 empregados é considerada ME. O mesmo vale para a prestação de serviços. Na indústria pode-se ter até 19 funcionários para ser considerado ME.

Já se o faturamento chegar até R$ 4.800.000,00 ou 49 empregados no comércio e 99 empregados na indústria ela é considerada uma empresa de Pequeno Porte.

No entanto, se os funcionários do comércio forem de 50 até 99 e na indústria de 100 a 499, ela é considerada uma empresa de médio porte. Acima de 100 funcionários no comércio e serviços e 500 funcionários na indústria já caracteriza uma empresa de grande porte.

Documentos necessários para constituição da empresa

Agora já estamos quase no fim. Após fazer um plano de negócios, definir o enquadramento tributário, a natureza jurídica e o porte da empresa, chegou o momento de juntar a documentação para efetivar realmente o seu sonho.

Basicamente será necessário juntar cópia autenticada de todos os documentos dos sócios como: CPF, RG, Comprovante de Residência, Contrato de Locação de onde será a empresa e carnê do IPTU.

Depois será feito a Declaração de Firma Individual ou Contrato Social em caso de sociedade que deverá ser devidamente assinado e registrado na Junta Comercial. Será necessário recolher algumas taxas através de um DARF e preencher a FCN (Ficha de Cadastro Nacional) modelo 1 e 2 em uma via.

Nesse momento é preciso escolher a atividade primária e secundária da empresa, que será colocada no Requerimento de Firma Individual ou no Contrato Social. Após o envio de dados para a Receita Federal, a inscrição estadual já sai automaticamente.

Feito isso é necessário dar entrada no Alvará da prefeitura, onde serão solicitados o Cartão do CNPJ, o Requerimento de Firma Individual ou Contrato Social e o comprovante de endereço da empresa. Dependendo do segmento serão necessários algumas licenças especiais.

Enfim sua empresa está montada

Enfim, você começou a sua empresa, e é importante salientar que você não deve agora relaxar. É o momento para aumentar o investimento em propaganda, focando bastante na divulgação do seu negócio.

Nos dias atuais, as redes sociais podem ser um excelente instrumento para que você consiga chegar no seu público alvo de maneira bem mais efetiva. Facebook, Instagram, Blog, WhatsApp, é preciso explorar todos os meios de divulgação.

Sabemos que abrir uma empresa não é uma tarefa fácil, sendo necessário o auxílio de um contador. Por isso oferecemos um serviço de qualidade na abertura da empresa. Faça um orçamento sem compromisso com a Econtrol Contabilidade e comece com o pé direito.

 

Quero conversar com um Contador

 

Por José Carlos Sanchez Júnior, Administrador e Redator


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