Durante toda a história do capitalismo fomos acometidos com diversas crises econômicas que bem ou mal precisaram ser superadas.

Dentre as mais graves, podemos citar a quebra na bolsa em 1929 e posteriormente em 2008, onde milhares de organizações foram afetadas. Mas, porque algumas empresas saem mais sólidas que outras dessas crises?

Você já parou para se perguntar? Enfrentar momentos turbulentos é um verdadeiro desafio para qualquer empresário, e são nesses momentos que é preciso melhorar a gestão como um todo bem como ampliar a criatividade.

 

Empresas alavancadas durante a crise

Um dos fatores que mais colabora para o agravamento da crise dentro de uma empresa é o seu grau de alavancagem. Explico.

Alavancagem significa quanto o patrimônio de uma empresa está comprometido para pagar dívidas. Sendo assim, quanto mais comprometido for o patrimônio, mais alavancada a empresa estará e obviamente, mais endividada.

Muitas empresas acabam adotando a estratégia da alavancagem justamente para aumentar a rentabilidade sobre o capital próprio. Vamos imaginar, que o capital necessário para uma determinada empresa funcionar seja de R$ 1 milhão.

Vamos agora considerar que essa empresa dê um lucro líquido médio mensal de R$ 10 mil reais. Se todo o capital da empresa for próprio, podemos dizer que a rentabilidade do negócio é de 1% seguindo a equação abaixo:

  • Rentabilidade sobre capital próprio = (Lucro Líquido / Capital próprio aplicado) * 100
  • Rentabilidade = (R$ 10 mil / R$ 1 milhão) * 100 = 1%

Agora, se desses R$ 1 milhão, R$ 500 mil forem devidos para fornecedores, a rentabilidade sobre capital próprio aumentará de 1% para 2%. A princípio parece ser interessante a alavancagem, mas em uma queda de faturamento a dívida se torna impagável.

Por isso, é essencial, zelar mais pela segurança do que pela rentabilidade. Ou seja, é preferível ter menos endividamento e mais capital próprio no negócio.

 

Foco na segurança e no caixa

Dessa forma, para que uma empresa consiga superar um momento agudo de crise, é essencial zelar por um baixo endividamento bem como por liquidez conforme já antecipamos.

Sendo assim, construir um caixa que objetive menos a rentabilidade e que zele pela liquidez é essencial nesse momento. Ou seja, ter dinheiro realmente parado em uma aplicação CDB de resgate automático ou até mesmo em uma poupança.

Esse dinheiro, apesar da baixa rentabilidade pode ser usado rapidamente para corrigir custos em uma situação crítica.

É comum muitas empresas aplicarem o lucro, mas quando esse lucro é aplicado em ativos imobiliários como barracão, casas, máquinas, ele deixa de ter liquidez, e nem sempre é fácil vendê-los em uma crise.

Esse é o princípio básico da reserva de emergência para superar uma crise. Mas é essencial que o empresário também tenha uma boa racionalidade de custos.

 

 

Custos ajustados ajudam a superar momentos difíceis

O custo é o verdadeiro vilão de uma empresa. Quando as vendas caem, os custos não conseguem cair na mesma velocidade, principalmente os fixos, e o que ocorre é que eles corroem o capital.

Sendo assim, o ideal é procurar manter o custo sempre o mais baixo possível e substituir ao máximo custo fixo por custo variável. Para facilitar o aprendizado, vamos imaginar uma loja que possua a seguinte estrutura:

Faturamento de R$ 100 mil, onde 50% são custos variáveis (R$ 50 mil), R$ 40 mil são custos fixos. Dessa forma, essa loja possui R$ 10 mil de lucro (Lucro = 100 mil – 50 mil – 40 mil = 10 mil).

Agora imagine que o faturamento caía para R$ 70 mil por conta de uma crise. Nesse caso, os custos variáveis que correspondem a 50% irão cair para R$ 35 mil. Porém, os custos fixos não conseguirão cair rapidamente, permanecendo em R$ 40 mil.

Nesse exemplo, a empresa saiu de um lucro de R$ 10 mil para um prejuízo de R$ 5 mil. Vamos agora imaginar que a empresa ao invés de R$ 40 mil de custo fixo, tivesse apenas R$ 30 mil de custo fixo, mas que por outro lado tivesse um custo variável de 60%.

Com um faturamento de R$ 100 mil, a empresa teria R$ 60 mil de custo variável, R$ 30 mil de custo fixo, sobrando R$ 10 mil. Exatamente igual ao exemplo anterior. Agora vamos imaginar a mesma queda de faturamento para R$ 70 mil.

Nesse caso, o custo variável será de R$ 42 mil (70 mil * 60%). Considerando o custo fixo de R$ 30 mil, o prejuízo será minimizado: R$ 70 mil – R$ 42 mil – R$ 30 mil = (R$ 2 mil).

Note que o prejuízo nesse caso caiu para R$ 2 mil. Sendo assim, se uma empresa consegue diminuir custo fixo e substituir por custo variável, ela responderá melhor em situações de crise.

 

Planejamento financeiro e readequação

Agora que entendemos o melhor caminho para uma empresa que basicamente é: fazer caixa e deixá-lo o mais líquido possível, ter pouco endividamento e possuir baixo custo fixo, chegou o momento de aplicar os conceitos.

Primeiramente, é preciso então fazer um levantamento da situação da empresa. Ver quais custos é possível cortar sem afetar a produção e quais custos fixos podem ser substituídos por variáveis por meio de terceirizações.

Feito isso, é preciso fazer um levantamento das dívidas da empresa, procurando eliminar as que possuem juros maiores bem como criar uma estratégia para diminuir o endividamento no longo prazo.

Caso as dívidas estejam demasiadamente altas, é fundamental renegociá-las junto aos bancos e fornecedores, para fortalecer o caixa neste momento. Muitas vezes, essa é uma decisão difícil que exige muito desgaste.

Após ajustar as finanças e os custos, é o momento da empresa procurar novas perspectivas de mercado para ampliar as suas vendas.

 

Ampliando as vendas online

Não é de hoje que a tecnologia vem crescendo. As vendas online estão ano após ano superando as vendas do varejo físico. Portanto, os empresários precisam ficar atentos à isso, buscando explorar ao máximo os canais digitais.

Criar um aplicativo de vendas, um e-commerce, uma página no Facebook, um canal no Youtube, no Instagram não é mais um diferencial, mas sim uma necessidade cada vez mais urgente.

É por meio desses canais que a empresa irá se aproximar do seu público alvo, criando inclusive ferramentas de entrega. Um fato interessante disso, é que muitas empresas estão vendo que não precisam mais pagar aluguel exorbitante em imóveis no centro da cidade.

É possível, focar as vendas pela internet, fazendo entregas para os clientes, e chegando cada vez mais longe em termos territoriais, com menos custo fixo.

A crise, realmente precisa ser superada. Mas, é nesse momento que a eficiência em custos e criatividade em vendas deve ser colocada em prática.

 

 

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Por José Carlos Sanchez Júnior, Administrador e Redator


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